JSTOR e Ithaka abrindo suas portas

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Para quem trabalha nas ciências sociais a base de dados do JSTOR (uma entidade sem fins lucrativos) é quase imprescindível. Começando este ano o JSTOR abriu o “Early Journal Content”  contendo os arquivos pré-1870 (mundo) e pré-1923 (EUA). As datas foram escolhidas tendo em vista os termos que regulam direitos autorais (morte do autor + 70 anos como convenção). Para quem trabalha com história ou precisa de acesso à artigos antigos, é uma preciosidade.

Esta semana o JSTOR anunciou um novo programa (beta) o “Register and Read” (Inscreva e Leia) que abrirá o conteúdo de 70 revistas acadêmicas de 30 editores, com algumas (grandes) restrições. As revistas correspondem a 18% do “turn-away traffic” (nesse caso, imagino que significa aqueles que tentam e não conseguem acesso).  Isso, em si, já é uma clara motivação para o JSTOR.

Especulo que como piloto, servirá para identificar como esse modelo híbrido gera impacto tanto no JSTOR (tráfego, citações, dados sobre usuários) como para as editoras (visibilidade, referências, perfil dos leitores). Parece claro que cada vez mais editoras e clearinghouses como o JSTOR vão experimentar com modelos híbridos, buscando encontrar uma maneira de sustentar os custos inerentes à publicação de artigos científicos com a pressão (e os benefícios) do acesso aberto. Não é a toa que a Ithaka, grupo que coordena o JSTOR, têm feito estudos analisando a sustentablidade de projetos, como o da Hindawi sobre a qual falamos aqui. O estudo mais recente, de 2011, aponta que grandes projetos com ótimas intenções falham por não ter um modelo claro de sustentabilidade. Alguns fecham, outros dependem do patrocínio crescente de instituições (como governo/universidades) e outros seguem pelo caminho da doação de usuários e grupos.

Ainda não sabemos quais modelos se sustentarão, mas estão cada vez mais claro que estamos caminhando para múltiplos modelos “híbridos” para publicação, e isso é uma boa notícia para todos.

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